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terça-feira, 6 de julho de 2010

O Poder de Minas

THEÓFILO SILVA
Reprodução da InternetO século XVI foi chamado pelos historiadores de “o século de ouro da Espanha”. A descoberta da América em 1492, pelos espanhóis, permitiu a nação recém unificada pelo casal Fernando e Isabel, tornar-se a maior potência do século XVI. O ouro das Américas permitiu que a Espanha vivesse um século de glórias que jamais se repetiria.
Foi o período em que as artes na Espanha floresceram como nunca, dando ao mundo a maior de suas glórias: Cervantes e o imortal Dom Quixote. Seu rei Carlos V virou Imperador do Sacro Império Romano Germânico, tornando-se senhor de grande parte do mundo. A outrora poderosa França se debatia em problemas internos e a Inglaterra de Shakespeare só iria despontar a partir dos despojos da Espanha no fim do século de ouro. No Brasil tivemos uma história parecida, a de Minas Gerais, que já foi o estado mais rico e populoso do país e também o de maior representação política até as primeiras décadas do século XX.
A descoberta do ouro e outros metais preciosos pelos bandeirantes paulistas no final do século XVII criaram um novo estado - uma Califórnia brasileira - um século e meio antes dos americanos, as Minas Gerais. Diferentemente do Eldorado do Peru, explorado pelos espanhóis, no Brasil os portugueses ainda não tinham encontrado nenhum metal precioso, a riqueza que realmente interessava aos colonizadores europeus.
Com a grande descoberta, os paulistas se mudam para as Minas Gerais. O esforço de Fernão Dias Pais, o desbravador dos sertões, o Caçador de Esmeraldas, que nada encontrara em sua busca pelos sertões das Gerais, se completara. Ouro Preto é o nome do novo Eldorado brasileiro. Em pouco tempo uma tonelada de ouro é retirada da terra e esse índice aumenta dia a dia e, em um século a região se torna a mais rica e próspera do país.
A arquitetura, a escultura, a literatura, a música e as artes em geral dão um salto gigantesco e a região só cresce. No entanto, os portugueses não estão satisfeitos com os altos impostos que cobram e essa ganância revolta os brasileiros. Felipe dos Santos, Tiradentes e outros são condenados e mortos nessas insurreições. Após a Independência do Brasil em 1822, Minas é o estado mais poderoso durante todo Império. Com o ciclo do café e a chegada dos imigrantes São Paulo cresce muito e ultrapassa Minas. Com a proclamação da República São Paulo e Minas se alternam na Presidência da República, é a política do Café com Leite. O leite de Minas e o café de São Paulo. Em 1930, São Paulo rompe o acordo com Minas e Getúlio Vargas dá um golpe de estado. O poder de Minas começa a declinar aí.
A ditadura de Vargas dura quinze anos. Em 1956, um médico mineiro, Juscelino Kubitscheck é eleito Presidente da República. Vinte e oito anos depois, outro mineiro, Tancredo Neves é eleito indiretamente Presidente, mas morre no dia da posse. Minas jamais esquecerá esse dia e o povo mineiro é marcado por essa data até hoje. Com o “Impeachment” de Fernando Collor, mais um mineiro, Itamar Franco fica dois anos na Presidência.
Lembro das queixas de um nobre em uma das peças de Shakespeare: "É um direito que temos, mas que não temos o direito de exercer". Minas acha que está na mesma situação desse personagem, quer um direito que teve no passado, mas que hoje é ocupado pelo rico estado de São Paulo, o lugar de onde saíram os dois últimos presidentes do Brasil e de onde, mais uma vez, sairá o próximo. São Paulo, hoje ocupa o mesmo lugar que Minas no passado, o lugar do mais rico, e o mais rico quer a Presidência da República. São Paulo faz com Minas o que Minas fazia com São Paulo no passado. As coisas não deveriam ser assim. Mas é assim que são.

Sobre a Tirania

CULTURA
 THEÓFILO SILVA
Divulgação da Internet

Recebi de um amigo um ensaio que eu tinha lido há bastante tempo e do qual não lembrava mais: um panfleto escrito em torno de 1550 por um jovem estudante de direito, Etienne de La Boétie. O panfleto assusta por sua sabedoria, e La Boétie, morto aos 32 anos, foi imortalizado por essa pequena obra-prima.
O texto é tão brilhante e sucinto que é difícil cortá-lo, tantas são as belas passagens nele contidas. Estou falando da obra Discurso da Servidão Voluntária, um libelo em favor da liberdade, e um ataque frontal as várias formas de tirania. La Boétie viveu o período das guerras religiosas na França, e suas palavras são absolutamente atuais.
Compartilho este longo e arguto parágrafo em que La Boétie descreve com profunda acuidade o comportamento de um tirano: “Não é só preciso que façam o que ordena, mas também que antecipem seus próprios desejos. Não basta obedecê-lo, é preciso agradá-lo, é preciso que se arrebentem, se atormentem, se matem dedicando-se aos negócios dele: e já que só se aprazem com o prazer dele, que sacrifiquem seu gosto pelo dele, forcem seu temperamento e o dispam de seu natural. É preciso que estejam incessantemente atentos às palavras dele, à voz dele, aos olhares dele, aos mínimos gestos dele: que seus olhos, seus pés, suas mãos estejam incessantemente ocupados seguindo ou imitando todos os seus movimentos, espiando e adivinhando suas vontades e descobrindo seus mais secretos pensamentos. Isso é viver feliz? Isso é, mesmo, viver? Há algo no mundo mais insuportável que essa condição”?
La Boétie pergunta por que pessoas se submetem a humilhações e ultrajes da parte de um ou outro ditadorzinho, pois “Certamente o tirano nunca ama nem é amado”. Ele aponta três causas para a servidão voluntária: o hábito, a covardia e a participação na tirania. Para ele são os seduzidos pelo esplendor do tesouro público sob a guarda do tirano, que em conluio, garantem e asseguram seu poder: “são sempre quatro ou cinco homens que o apoiam e que para ele sujeitam o país inteiro e que obtiveram o ouvido do tirano e por si mesmos dele se aproximaram ou então, foram chamados para serem cúmplices de suas crueldades, companheiros de seus prazeres, complacentes com suas volúpias sujas e sócios de suas rapinas”.
O mundo moderno não acabou com os déspotas, eles podem ser: empresários, políticos, religiosos e outros. O tirano pode ser o aparente pacato pai de família, o chefe de escritório, o presidente do Irã ou o repulsivo ditador da Coréia do Norte.
Shakespeare, que compartilhava da visão de La Boétie, criou tiranos cruéis, como Macbeth e Ricardo III, mas não sabemos se ele leu a obra de La Boétie, é bem possível que sim, já que leu Os Ensaios de Montaigne, obra do mesmo período que o Discurso.
Nem sempre sabemos onde se encontra a tirania, a maneira despótica de governar pessoas, pois ela se esconde sobre disfarces, os mais diversos, pois, para o tirano não importa ser bom, mas parecer bom. O atualíssimo La Boétie nos diz que “os tiranos fazem todo o possível para tornar seus servidores cada vez mais fracos e covardes”. Os acordos e a palavra empenhada, nada valem, se elas se voltam contra eles.
Os tiranos estão por aí, esperamos que aqueles que são vítimas deles e que não são covardes nem corruptos lembrem-se do Discurso de La Boétie e rompam com a servidão voluntária.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Irã concorda em fazer troca de combustível nuclear na Turquia

Acordo foi anunciado nesta segunda-feira (17) após negociações.
Ministro turco disse que não há mais justificativas para sanções contra o Irã.

Segundo o acordo, o Irã enviará 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento para a Turquia, que devolverá o material enriquecido para um reator de pesquisas do Irã. Depois de até um ano, o Irã deverá receber 120kg de urânio enriquecido a 20%. De acordo com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, o urânio enriquecido estará sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica na Turquia.
"A diplomacia venceu hoje", diz Lula
Irã concorda em fazer troca de combustível nuclear na 
TurquiaO acordo sobre o enriquecimento de urânio foi assinado nesta segunda-feira (17) (Foto: Morteza Nikoubazl/Reuters)
Após a assinatura do acordo, o ministro de Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, disse que não há mais justificativas para outras sanções e pressões das Nações Unidas sobre o Irã a respeito da questão nuclear. Os EUA ainda não se pronunciaram sobre o acordo.
Assim que assinou o acordo, o presidente iraniano iniciou ligações rápidas para os países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra), além da Alemanha. “É o momento de esses países iniciarem conversas com o Irã baseadas na honestidade, Justiça e respeito mútuo”, disse.
Viagem de Lula
Lula desembarcou na noite de sábado no Irã em busca de tentar o acordo nuclear com o país. A visita do presidente foi considerada por potências internacionais a última chance de evitar uma nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Irã, cujo programa nuclear é visto com desconfiança, principalmente pelos Estados Unidos.
Em outubro, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs ao Irã que enviasse 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento para a França e para a Rússia, onde seria convertido em combustível para um reator de pesquisas em Teerã. O país chegou a concordar com o acordo no início, mas depois impôs condições como a de só trocar seu material por urânio em níveis maiores de enriquecimento e somente no seu próprio território, termos que as outras partes envolvidas no acordo consideraram inaceitáveis.
Antes de embarcar para Teerã, Lula havia falado em "99% de chances" de chegar a um acordo com o país de Ahmadinejad. Por sua vez, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, informou no sábado (15) que havia a possibilidade de fechar um "sério acordo" com o Brasil para a troca de combustível nuclear.

Lula é eleito o líder mais influente do mundo pela “Time”. Bye bye Serra 2010


Agora é que o FHC vai cortar os pulsos
Saiu no UOL:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça o ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.
A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria grávida de oito meses pelo fato dos dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “deixem os povos terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para vocês”.

Só arroto de boi equivale a 69% dos gases-estufa por desmate no Cerrado

Filed Under  by Prof Marcos Francioly
(MEIO AMBIENTE)
As emissões de metano liberadas por arrotos de bois e vacas que pastam no Cerrado equivalem a nada menos que 69% do total de gases-estufa emitidos por desflorestamento e queimadas para pastagens nessa região. O bom funcionamento estomacal do gado libera metano (CH4), um gás suficientemente potente para entrar nos cálculos do aquecimento global .
Na Amazônia o rebanho bovino não é tão ambientalmente incorreto: a fermentação entérica naquele bioma equivale a 10% do estrago causado para implantar pastagens.
Os dados são de estudo coordenado por Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira. O trabalho mostra, pela primeira vez, que metade das emissões de gases-estufa do Brasil vem da pecuária .
 Para reduzir essa fermentação nociva ao planeta, os especialistas recomendam melhoria genética do rebanho e “melhoria na dieta”.
O Brasil tem aproximadamente 190 milhões de cabeças de gado, o maior rebanho bovino comercial do mundo. Dá um boi ou vaca para cada habitante. As exportações da carne representam cerca de 24% da produção total, sendo a Rússia a maior importadora.
 A boa notícia é que as emissões da pecuária recuaram de 1,090 bilhão de toneladas para 813 milhões entre 2003 e 2008, seguindo o recuo do desmatamento em si. Na Amazônia, o recuo foi de 775 milhões para 499 milhões; no Cerrado, 231 milhões para 229 milhões; no resto do país, 87 milhões para 84 milhões.


domingo, 16 de maio de 2010

Rapidinha

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'Se o horário oficial é o de Brasília, por que a gente tem que trabalhar na segunda e na sexta?' - Dorival Caymi.

O Brasil deve ou não construir a usina hidrelétrica de Belo Monte?

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O debate dos últimos tempos vem girando em torno da construção da Usina de Belo Monte no Pará. Vários setores da sociedade e ambientalistas do Brasil e do exterior, têm se posicionado contra a construção da barragem. Eles afirmam que o projeto trará prejuízos para o meio ambiente e para os povos da região onde deverá ser construída a usina.
Por outro lado, o governo afirma que a barragem é de fundamental importância para evitar problemas futuros com fornecimento de energia elétrica e possíveis “apagões”. Qual é sua opinião sobre este assunto? O Brasil deve ou não dar continuidade ao projeto de construção da Belo Monte?
.Sou contra a construção. Ela trará danos irreparáveis ao meio ambiente.
.Sou a favor. É possível construí-la sem degradar o meio ambiente.
.Não tenho opinião formada sobre o assunto.
Pense sobre o assunto...